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Diferença entre Chá Verde em Pó e Matcha
 
 

24/06/2012

Comida boa pra cachorro! (Sistema B.A.R.F. e R.M.B. de alimentação)

Quando a Fifi (nossa "pitt weiler") chegou, sabíamos que tínhamos de investir em uma ração mais parruda para a garota, afinal um cachorro desse porte tem necessidades específicas. Ela já chegou pesando o mesmo que nossos outros dois vira-latas, só que ela tinha 4 meses (e eles já tinham mais de um ano). Como temos amor de sobra para 3 animais mas o orçamento sim é um pouco restrito, fiz alguns cálculos e pesquisei sobre que ração deveríamos adotar a partir de então. A ração que utilizávamos no tempo era encontrada por até R$90 e vendo as rações especiais para raças, chutei que gastaríamos no mínimo o dobro para os 3 cachorros durante um mês.

Cohiba, devorando sua porção de B.A.R.F

Pesquisei tanto na internet sobre o assunto que acabei me deparando com outros sistemas de alimentação para cachorros que não as tão populares rações secas e molhadas. Sempre fui uma ignorante sobre o mundo canino até que mudei para o interior e tive, finalmente, a chance e a estrutura para ter os animais. E assim como é propagado pela mídia, cachorro come ração ou restos de comida, certo? Muito errado. O primeiro choque é descobrir que muitas rações são feitas de restos de muitas coisas que você jamais teria coragem de dar ao seu cachorro se não estivessem disfarçadas em grãos com formatos meigos de ossinhos ou bolinhas. O segundo item é saber que muitas comidas dos humanos (manipuladas e temperadas) podem, de fato, fazer muito mal ao seu animal se dado durante longo período de tempo (bom, até a gente tem problemas de saúde comendo algumas coisas atuais por muito tempo...). E o terceiro e ótimo item é ter descoberto o B.A.R.F. (Biologically Appropriate Raw Food - "Comida Crua Biologicamente Apropriada") e o R.M.B. (Raw Meaty Bones - "Ossos de Carne Crua").

Tanto o B.A.R.F. como o R.M.B, são sistemas alimentares que simplesmente baseiam-se no que os cachorros comeriam se fossem animais selvagens e estivessem livres na natureza, ou seja, tudo cru e natural. O primeiro envolve vegetais, frutas, ovos, e etc., e o segundo baseia-se somente em carnes e ossos. Para os meus cachorros eu fiz uma mistura dos dois por acreditar que ambos têm sua importância e consegui, com esta mistura, chegar a um orçamento que coube aqui em casa na hora de comprar todos os ingredientes.

É necessário ter uma certa dedicação na hora de preparar a comida das "crianças". Requer um pouco de tempo, mas você verá que nem é tanto tempo assim, é bem mais se acostumar com a logística da coisa. A parte que eu sempre me embanano mais é no supermercado, às vezes esqueço de comprar algum ingrediente! Mas fora isso é bem simples, tudo o que você precisa é de um processador de alimentos e uma balança de cozinha. Não perco mais do que 10 minutos colocando tudo lá dentro e processando. Ele já sai prontinho direto para o pote dos cachorros. E melhor ainda: eu sempre faço adiantado... preparo uma porção de 12 refeições e congelo tudo, bem prático assim.

Para saber o quanto de alimento vai na refeição do seu cachorro, você tem de calcular 3% de comida para o peso dele. Desses 3%, separe 60% para carne e o restante para verduras, frutas, etc., vou dar a receita que eu faço para os meus cachorros como exemplo:

Acima, os ingredientes prontos para serem processados: Couve, legumes, ovos inteiros, um pouco de carne que estava sobrando no congelador, iogurte, azeite e vinagre com o fígado dentro do procesador.

Meus cachorros pesam quase 20kg (esta receita é para um cachorro, uma refeição):

- 300 gramas de carne + osso (às vezes coloco um pouquinho de carne na mistura, como cochão duro e dou 2 a 3 asas de galinha, separadas da mistura - este conta como carne e osso)
- 200 gramas de outros, sendo:
   - 120 gr de folhas verdes (couve ou alface)
   - 40 gr de legume/fruta (batata, cenoura, abóbora, abobrinha, maçã, etc.)
   - 40 gr de miúdos (fígado ou coração)
   - 1 ovo inteiro (com casca e tudo - ótima fonte de cálcio)
   - 1 colher de sopa de azeite
   - 1 colher de sopa de vinagre de maçã (contém 19 minerais importantes para a saúde)
   - 3 colheres de sopa de iogurte (natural, eu mesma faço em casa) *opcional

Misturo tudo no processador e está pronto (tem de ser processado para facilitar a digestão da celulose - os cachorros não comem vegetais de forma direta, eles os absorvem ao digerir pequenos animais herbívoros e assim os vegetais já chegam processados no estômago do animal). Na hora de servir, primeiro dou a mistura e depois as asas de frango. Se é um dia frio ou se por qualquer outro motivo eles queimam mais calorias que o normal, eu reforço o carboidrato na mistura, adicionando à "papinha" mais uma ou duas batatas/maçãs/etc.

Após processar os ingredientes, eis a refeição nos potes que congelo para a semana

Não é recomendado misturar  em uma mesma refeição a ração comercial com alimentos frescos pois o processo de digestão de cada um difere dentro do corpo do animal. Aqui em casa quando estamos na correria, damos ração em todas as refeições de um dia e somente no dia seguinte voltamos ao B.A.R.F. também em todas as refeições.

Eles comem bem tanto ração quanto o B.A.R.F mas posso garantir que os olhinhos brilham mais quando eles sabem que é a papinha que está vindo. E as vantagens deste sistema que são claramente visíveis em um mês são os dentes cada vez mais brancos, pelagem bonita, poucas fezes (sinal de boa absorção da comida), boa disposição (aquela carinha feliz!), e a tranquilidade de saber o que meus cachorros estão comendo de verdade.

Se você quiser experimentar este sistema e possui mais de um cachorro comendo ração há muito tempo, comece a dar o B.A.R.F. com uma certa distância entre os animais para evitar brigas (o apelo da carne é muito grande para alguns cachorros e, instintivamente, difícil de controlar quando é novidade). Após um tempo eles irão se acostumar com esta apetitosa comida e os conflitos (se houver algum) diminuirão. Tendo qualquer preocupação sobre a origem das carnes que você compra, congele uma semana antes de dar aos cachorros, você pode ler mais detalhes aqui. E aquela velha história que osso de galinha não pode dar pois eles engasgam é dito popular (eles podem comer qualquer osso de tamanho moderado mas que esteja cru. Quando se cozinha os ossos, aí sim há o perigo deles quebrarem de forma pontiaguda e machucarem os animais). A minha experiência é que para começar, os ossos de frango são muito bons, eles conseguem mastigar muito bem!

Tudo o que escrevi aqui são minhas experiências pessoais (venho dando o sistema cru há alguns meses) e o resultado de informações que encontrei na internet. Vou listar abaixo alguns links onde encontrei as informações, é sempre bom dar uma olhadinha geral. Também gostaria de encorajar as pessoas que possuem animais em investir na alimentação dos mesmos, sem se acomodar nas rações comerciais. Caso seja impossível para você mudar o sistema de alimentação do seu animal, escolha bem a marca, pesquise sobre ela, saiba como é preparada, qual a origem dos ingredientes -  você tem o direito de saber o que o seu animal está comendo. Uma matéria que li criticando as rações ruins, dizia que uma das fontes de proteína utilizada nas fábricas provinha de animais de laboratório! Não preciso nem comentar os riscos que nossos animais correm só de se alimentarem de fontes duvidosas.

Fifi na parte favorita da sua refeição: as asinhas de frango!


Links sobre B.A.R.F. e R.M.B.:

- Cachorro Verde: Portal que ensina os sistemas de alimentação e dá outras dicas de cuidados animais, todos naturais:

- BARF for Beginners: Questionário com várias dúvidas frequentes sobre os sistemas de alimentação (em inglês)

- Trojan Rottweiler: Site que mostra a alimentação BARF especializada para a raça rottweiler (em inglês)


Espero tê-los inspirado um pouco com este post. Qualidade de vida também é para animais, começando pela sua alimentação!
Escola de Chá Embahú

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