Que coincidência! Passei para ler a coluna do Paladar, no Estadão, e eles abordaram justamente o tema que falamos agora há pouco no "Degustação de Chá - Afinando o paladar", em uma matéria entitulada "Supersensíveis".
Reproduzo um trecho: "(...) Tecnicamente, o nariz e a língua de todos eles não apresentam grandes diferenças em relação aos das pessoas comuns. O que distingue um grande provador não é apenas "o dom de perceber". É uma combinação entre a sensibilidade do indivíduo e a capacidade que seu cérebro tem de associar, armazenar e acessar essas informações. Em outras palavras, não basta sentir o perfume. É preciso reconhecê-lo e poder lembrar dele. Robert Parker gosta de contar que foi construindo seu banco de dados desde adolescente, quando caminhava pelas ruas "cheirando", com atenção, de lixo a flores.
"Esta é uma capacidade que se adquire com a prática", explica Josy Carolina Pontes, mestre em ciências e doutoranda em neurociências do Laboratório de Neurofisiologia da Unifesp. "O que conta para o treinamento de uma superlíngua ou um supernariz, além da aptidão genética, é a intensidade da atividade cerebral", diz o neurocirurgião paulista Yann Motta.
Especialista em degustação de cafés, Ensei Neto ressalta a grande diferença entre perceber sabores e interpretá-los. "A interpretação é um processo educativo que envolve treinamento, vocabulário e, muitas vezes, o repertório cultural", diz.
Quer dizer, para que o cérebro seja capaz de identificar determinado aroma ou sabor é preciso que eles tenham sido armazenados na memória. Você só vai conseguir reconhecer o perfume de uma rosa se já tiver cheirado uma rosa anteriormente e registrado o perfume em seu banco de dados olfativo."
Aproveita e passa por lá para ler o resto!