Degustação de Chás gourmet e estilo de vida.

Diferença entre Chá Verde em Pó e Matcha
 
 

30/04/2010

Projeto: Capa de CDs de Escalada


Com o objetivo de tentar desenferrujar um pouco o meu desenho, comecei a rabiscar coisas relacionadas a escalada, atividade que toma boa parte da minha vida nos dias de hoje. Para que os desenhos não caiam no esquecimento, resolvi fazer um projetinho para capas de CDs que irei publicando quando a inspiração bater. Sei que hoje em dia todo mundo tem iphones e mp3 players, fazendo o CD cair em desuso, mas caso você ainda seja um oldschool e goste de ter aquele CD com uma seleção de músicas para aquela viagem de estrada ou se você quiser presentear alguém com uma surpresa musical caseira, fique à vontade de utilizar esta arte. Abaixo vai o arquivo do CD 1 de "Músicas para Montanha" ou "Trilhas para Escalada", você pode nomeá-lo como quiser!

Clique na imagem para baixar o arquivo
Clique na imagem para baixar o arquivo (460Mb)

O arquivo está em formato PDF e usei como base um origami, assim você imprime e sequer precisa pensar em tesoura e cola. Clicando aqui você assiste um vídeo passo-a-passo de como dobrar o papel para chegar no porta CD final. Na hora de imprimir, o único cuidado é não deixar o Acrobat Reader redimensionar o tamanho da imagem a ser impressa, tire do "redimensionar para o tamanho do papel" e manda bala na impressão! Também recomendo um papel com gramatura um pouco maior do que os sulfites comuns. Espero que gostem do resultado!

23/04/2010

Friday I'm in love

Foto por Alê Borges

Estou totalmente apaixonada pelos meus próximos dias. Me aguardem!

I don't care if Monday's blue
Tuesday's gray and Wednesday too
Thursday I don't care about you
It's Friday, I'm in love

Monday you can fall apart
Tuesday, Wednesday break my heart
Oh, Thursday doesn't even start
It's Friday I'm in love

Saturday, wait
And Sunday always comes too late
But Friday, never hesitate...

I don't care if Mondays black
Tuesday, Wednesday - heart attack
Thursday, never looking back
It's Friday, I'm in love

Monday, you can hold your head
Tuesday, Wednesday stay in bed
Or Thursday - watch the walls instead
It's Friday, I'm in love

Saturday, wait
And Sunday always comes too late
But Friday, never hesitate...

Dressed up to the eyes
It's a wonderful surprise
To see your shoes and your spirits rise
Throwing out your frown
And just smiling at the sound
And as sleek as a sheik
Spinning round and round
Always take a big bite
It's such a gorgeous sight
To see you eat in the middle of the night
You can never get enough
Enough of this stuff
It's Friday, I'm in love

I don't care if Monday's blue
Tuesday's gray and Wednesday too
Thursday I don't care about you
It's Friday, I'm in love

Monday you can fall apart
Tuesday, Wednesday break my heart
Thursday doesn't even start
It's Friday I'm in love

The Cure - Friday I'm in love

19/04/2010

Conhecendo a Camellia sinensis (Ou, a planta do chá verde, branco, preto, etc.)

Você sabia que o nome científico da planta do chá é Camellia sinensis? E você sabia que todos os chás vêm da mesma planta? Bom, vamos tentar esclarecer esse assunto todo:

Separei acima algumas ilustrações da planta, sua flor e semente.

A planta "Thea sinensis" (como era conhecida em seus primórdios mas teve seu nome atualizado), do gênero Camellia, subdivide-se dentro da sua variação chinesa (Camellia sinensis sinensis) e da variação indiana (Camellia sinensis assamica). Ainda possuímos a Camellia sinensis lasiocalyx (Cambódia), dito ser uma mistura das duas variedades anteriores. A Camellia sinensis sinensis (sinensis significa Chinês em latim), é um arbusto de folhas com  tamanho médio de 5 cm, enquanto a variedade assamica (assim como a lasiocalyx) é uma árvore de até 18 m de altura, que possui folhas grandes, chegando até 35 cm. A variação cambodiana é utilizada para a reprodução de híbridos e, hoje em dia, existem muitas subvariedades da planta por aí, é só dar uma lida  nos ingredientes que aparecem nas embalagens dos chás e vocês verão os diversos nomes científicos que surgem no mercado. Outro fato a ser mencionado é que, apesar da planta chinesa ser um arbusto, existem grandes árvores selvagens de chá no meio da China, com centenas de anos, que atingiram grandes proporções através dos tempos.

Muitas pessoas possuem a Camellia sinensis como planta ornamental pois sua flor tem um perfume delicado e agradável, e o seu fruto chama atenção, lembrando, em formato e tamanho, um pequeno tomate verde.

Flor da Camellia Sinensis.Foto: Wikipedia

Com uma planta Camellia sinensis você pode produzir todos os tipos de chás existentes no mercado. A mesma folha pode ser processada de ínumeras formas chegando-se aos resultados mais variados. Este processo é uma verdadeira arte comandada por um Mestre de Chás (ou, em tempos modernos, um gerente de produção) que possui muitos anos de experiência em sua manipulação. Uma grande quantidade de chás gourmet/especiais se utilizam deste trabalho, de forma puramente manual, enquanto grandes marcas que atendem uma demanda maior já trabalham com máquinas direcionadas a este fim.

18/04/2010

Enfim, Outono...

Apesar do Outono do calendário ter começado há quase um mês atrás, depois de muitos dias chuvosos e estranhos, finalmente sinto a estação se fazer presente...

Enfim Outono... by Yuri Hayashi, on Flickr

Dias claros, céu azul, sol brilhante e o friozinho no fim do dia. Estamos em equilíbrio com todas estas sensações e ainda assim, nos preparamos para o dormente inverno que chegará. Muitos pensamentos das alegrias e lições passadas ficaram, e agora merecemos o descanso nas noites longas que nos aguardam na próxima estação. Enquanto ela ainda não chega, comemoremos:

TO AUTUMN
por John Keats em 19 de Setembro de 1819

                                            1.

    SEASON of mists and mellow fruitfulness,
        Close bosom-friend of the maturing sun;
    Conspiring with him how to load and bless
        With fruit the vines that round the thatch-eves run;
    To bend with apples the moss’d cottage-trees,
        And fill all fruit with ripeness to the core;
            To swell the gourd, and plump the hazel shells
    With a sweet kernel; to set budding more,
        And still more, later flowers for the bees,
        Until they think warm days will never cease,
            For Summer has o’er-brimm’d their clammy cells.

                                            2.
 
    Who hath not seen thee oft amid thy store?
        Sometimes whoever seeks abroad may find
    Thee sitting careless on a granary floor,
        Thy hair soft-lifted by the winnowing wind;
    Or on a half-reap’d furrow sound asleep,
        Drows’d with the fume of poppies, while thy hook
            Spares the next swath and all its twined flowers:
    And sometimes like a gleaner thou dost keep
        Steady thy laden head across a brook;
        Or by a cyder-press, with patient look,
            Thou watchest the last oozings hours by hours.

                                            3.
 
    Where are the songs of Spring? Ay, where are they?
        Think not of them, thou hast thy music too,—
    While barred clouds bloom the soft-dying day,
        And touch the stubble plains with rosy hue;
    Then in a wailful choir the small gnats mourn
        Among the river sallows, borne aloft
            Or sinking as the light wind lives or dies;
    And full-grown lambs loud bleat from hilly bourn;
        Hedge-crickets sing; and now with treble soft
        The red-breast whistles from a garden-croft;
           And gathering swallows twitter in the skies.

16/04/2010

Dicas de preparo de chá datadas de 1941

O British Film Institute disponibilizou na internet este raro e interessante filme de 1941 que mostra dicas de como preparar o chá de forma correta. Os ingleses tem uma forte ligação com o chá desde o seu começo no mundo Ocidental e fizeram um bom trabalho, visto que o tempo da filmagem em questão era de guerras e fazia-se necessário a produção de grandes quantidades da bebida de uma só vez. Tirando este fator, as dicas são super válidas. O charme fica por conta do docinho que eles davam aos soldados junto do chá da tarde. Espero que gostem:



Lovely!

15/04/2010

Degustação: Adagio Darjeeling #22

Hoje iremos experimentar o Darjeeling #22 da marca americana Adagio. Tenho este sampler já tem um tempo e fiquei guardando sua última dose para fazer o review aqui no blog. Chegou a hora de dividí-lo com vocês!

O chá do tipo Darjeeling é proveniente da Índia, da região de mesmo nome, que fica a 2000 metros de altitude. Altamente premiado na Europa, apesar de ser considerado um chá preto, ele se encaixaria bem na categoria de oolongs pois sua fermentação não é total como veremos a seguir:


Adagio Darjeeling #22

Com as folhas ainda secas podemos ver a sua rica coloração que vai de tons de marrom escuro ao verde (figura 1) - isto mostra que ele não tem alta oxidação como no caso dos chás pretos comuns, onde suas folhas são totalmente escurecidas. Seu perfume é muito refrescante, com a combinação de flores/frutas que um bom chá preto costuma trazer. Após a sua infusão, vemos em suas folhas que sua composição é em grande parte de folhas médias e pequenas, algumas recortadas. Seu cheiro se mantém igual às folhas secas, com um pouco de amadeiramento ao fim.

O resultado é um liquor caramelo avermelhado (figura 4), claro, translúcido, de sabor suave, refrescante, muito bem equilibrado em suas flores/frutas, aveludado ao toque da língua e com boa e sutil adstringência final. No seu corpo principal tem um leve toque de madeira. Ele possui um sabor moscatel, descrição utilizada para os vinhos, traduzindo justamente a presença de flores/frutas e uma característica adocicada (no caso deste chá é bem leve e é a sensação que fica na boca, ao final).

Meu marido me presenteou este lindo bolo inglês (figura 3) feito por ele, com toque de café, que complementei com bananas assadas e ficou uma delícia! A parte doce das bananas e a massa robusta do bolo foram um ótimo complemento paro o Darjeeling e sua floralidade.

Dados Técnicos: O Darjeeling #22 da marca Adagio pede água à 100ºC por 5 minutos.

13/04/2010

O ser humano e suas fraquezas...

Eu confesso: Minha fraqueza são os bomboms de cereja e brandy. Sabendo disto, meu amor providenciou um pequeno mimo para mim. Este (da foto) é da Cacau Show, que eu diria ter um ótimo custo x benefício, pois pagar R$7 no Cherry Brandy da Kopenhagen não pode ser algo normal - por mais que se adore aquela combinação perfeita do álcool e chocolate derretendo em sua boca...

Por Yuri Hayashi, on Flickr

12/04/2010

Dicas para você começar a degustar chás

Muitas pessoas acham que qualquer coisa que envolver a palavra "degustação" vira sinônimo de trabalhoso. Devo dizer que a degustação de chás é bem simples e requer um mínimo de equipamento. Vamos fazer a nossa listinha de como começar neste mundo:

- Chaleira - É até um item básico de cozinha. Se você não tiver uma chaleira, pode ser uma caneca/leiteira desde que esta tenha tampa. A única regra para este item é que você não o utilize para nenhum outro fim pois o recipiente pode adquirir outros sabores/odores incluindo gordura (proveniente do leite!) e alterariam no resultado final de um chá. As chaleiras preferidas dos tomadores de chá são as de vidro pois você pode enxergar tanto a cor do seu liquor quanto o desenvolvimento das folhas ao encontro da água quente - o fato é que ela requer mais cuidados e não sinta-se culpado se você quebrar alguma chaleira no começo, cuidados com choque térmico e na hora da lavagem são sempre bem-vindos.
1. Chaleira de Alumínio Ramos (média R$30); 2. Leiteira Black Fortaleza (média R$30); 3. Chaleira Brinox (média R$90)

- Termômetro - Todo mundo gosta de usar o "olhômetro" quando se fala em ferver água mas o ideal, sempre, é que se utilize um termômetro. A variação da temperatura fará você tomar um excelente chá ou um chá repleto de taninos amargos. Para a degustação é peça fundamental. E também um vício, pois depois que você começa a preparar os chás em temperatura correta, quando você toma um chá feito no "olhômetro", reconhece pelo sabor que ele não foi feito corretamente. Um termômetro também é relativamente barato e é um instrumento útil, você poderá reaproveitá-lo para outras coisas na cozinha (se você for de cozinha).

1. Digital Thermometer (média R$40); 2. Termômetro Culinário (média R$20); 3. Termômetro Minipa (média R$70)

- Infusor ou Peneira - De preferência em inox para evitar, mais uma vez, a influência de sabores externos. Também é aconselhável reservar somente para os chás.
1. Infusor de Chá WMF (média R$35); 2. Peneira Inox Suprema (média R$20); 3. Peneira Ergo Suprema (média R$10)

- Chás de qualidade - Você não precisa viajar e trazer chás  de fora para começar a apreciá-los. Existem  muitas lojas no Brasil que vendem chás importados de qualidade - veja aqui minha listagem. Além dos importados, há as opções nacionais, - Indico o chá mate da Matte Leão (1), o verde do Yamamotoyama (2) e o preto do Chá Ribeira (3) (infelizmente este último está fora do mercado então substituo minha indicação para o Amaya), todos em folhas soltas. Eles são bons inclusive para se começar a degustar pois como os sabores são familiares, quando feitos apropriadamente*, você já sentirá a diferença. A internet também está aí para facilitar nossa vida. Quando o dólar estiver em baixa, aproveite e compre online, existem chás bons com preço baixo em quantidade de sampler, perfeito para se conhecer um tipo de chá antes de investir muito dinheiro nele.



- Tempo - Este talvez seja o item mais custoso de todos. Vejo as pessoas tão apressadas por todos os lados e acredito que o tempo, hoje em dia, seja valoroso demais. Como sou otimista, peço para quem quiser começar na arte do chá, que faça tempo para uma pausa durante o seu dia e deguste com calma e atenção. A preparação também faz parte do ritual e deve ser tudo feito com muita calma (respeite também o tempo de infusão que cada chá pede, controlando com um relógio quando possível) pois a degustação começa desde a escolha do chá para o momento, o sentir do seu aroma durante o processo e, finalmente, o saborear do seu liquor.

- Mente aberta - Para começar a sentir os sabores você precisa ter a mente aberta, aguçar suas papilas gustativas e acima de tudo, se deixar levar pelas sensações. Com o tempo você terá um leque de conhecimento em sabores/odores e começará a relacionar com coisas que você já bebeu/comeu anteriormente, estabelecendo comparações. Um cérebro novo se criará em torno desse mundo dos sabores e você estará finalmente degustando! Mas se surgir qualquer dúvida, não hesite em nos escrever para aprendermos juntos cada passo.

* O que é um chá feito de maneira apropriada? É quando você respeita a temperatura e o tempo de infusão de um chá em seu preparo. Para o chá mate da Matte Leão, ferva a água à 100ºC e deixe a infusão por 5 minutos. O chá verde da Yamamotoyama pede água à 80ºC e deixe a infusão por 3 minutos. Por fim, o chá preto da Amaya leva água à 100ºC e infusão de 3 minutos. Estas informações não estão indicados em suas embalagens, mas sugiro estes valores baseados nas regras gerais de preparo de chás.

07/04/2010

Degustação: Chá Preto "Agulha Dourada" (Golden Needle Black Tea)

Já tem um certo tempo desde que eu vi pela primeira vez este chá preto que lembra muito a aparência do chá branco. Como não consigo me conter quando se fala de chá, fui atrás dele e o escolhi para recomeçar a minha série de degustações do novo blog.

O "Agulha Dourada", Golden Needle, ou Jin Zhen, é considerado um dos melhores chás do mundo. Na antiguidade ele era extremamente precioso por ser retirado das antigas árvores de chá nas províncias da China. Seu formato em agulha também reflete sua especialidade, produzida por mãos habilidosas.



Chá Preto "Agulha Dourada" (Golden Needle Black Tea)


Vamos começar pela sua aparência enquanto folhas secas (figura 1). As folhas são enroladas em seu comprimento, levemente curvadas, e sua textura, ainda com a penugem, indica sua tenra idade na colheita. Sua coloração dourada é encantadora e traz vida à folhagem seca. A primeira coisa que sentimos em seu cheiro é a doçura da composição, algo como um melado, perfumado, ainda com aquele finzinho que puxa para o cheiro característico de um chá preto, mais um leve tabaco. 

Após a sua infusão (figura 2), suas folhas se uniformizam neste belo caramelo e podemos averiguar a qualidade do chá na figura 3, através de um bud, ou broto da planta do chá, que assegura o seu frescor. As folhas maiores são utilizadas, geralmente, para chás de qualidade inferior. Grande parte deste chá é composto por buds. Seu perfume agora se reduziu ao adocicado com o tabaco e eu consegui sentir algo aproximado à casca da beringela, mas sem nenhum odor de fumaça.

O resultado final é um liquor âmbar e translúcido, belíssimo (figura 4)!  Ele produz uma certa espuma que eu acredito ser parte da sua penugem após a infusão. O seu sabor é suave, adocicado ao fim, com um corpo bem presente entre o perfume da sua composição e os taninos. 

Este chá foi uma revelação para mim. Desde o início do seu processo de infusão até o fim, a idéia de sabor que eu imaginava foi totalmente transformada. Agradável surpresa! Aproveitei alguns doces da cidade de Baldim, em Minas Gerais, para acompanhá-lo, mas este chá merece ser tomado sozinho, utilizando os acessórios chineses adequados, com as pequenas xícaras e pequenos goles, fazendo juz à sua preciosidade. 

Dados Técnicos: Este Golden Needle Black Tea, da Província de Fujian, pede água à 100ºC, 1 minuto para sua infusão sendo que suas folhas permitem infusões múltiplas. A primeira e a segunda são de 1 minuto e um 1 minuto é adicionado à cada infusão seguinte.

06/04/2010

O Amor Verdadeiro do Soneto 116

O Altar

Um dos mais famosos textos do poeta inglês William Shakespeare, o Soneto 116, fala sobre o amor verdadeiro, amor imutável. Esta é uma das experiências marcantes na minha pequena história, vivenciando todos os dias esse sentimento tão especial que homenageio agora com tão belas palavras:

Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove:
O no! it is an ever-fixed mark
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth's unknown, although his height be taken.
Love's not Time's fool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle's compass come:
Love alters not with his brief hours and weeks,
But bears it out even to the edge of doom.
   If this be error and upon me proved,
   I never writ, nor no man ever love
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
  Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
  Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

A versão traduzida para o português foi retirada da internet entre tantas e tantas versões, todas sem créditos, uma pena. Difícil de se traduzir poesias quando escritas em outra língua, mas de todas, escolhi esta pois preenche melhor a estética e o significado da alma deste soneto inspirador aos amantes.

Crédito da Foto: Alexandre Borges

05/04/2010

Frente Fria e Chocolate Quente

Não sei se por aí anda chovendo, mas aqui, na Ilha das Maçãs, está um tal de chuva-sol-chuva que não tem tamanho! E de noite, uma coisa é sempre certa: o friozinho. Para combatê-lo, além de um bom pijama de flanela, nada melhor do que um chocolate quente. Melhor ainda se for trazido diretamente da Venezuela pelo seu amigo (obrigada, Alexis!).
Eu gosto muito de Submarinos mas os Chocolates Quentes que existem por aí são doces demais para meu paladar e por isso acabo evitando. Quando meu amigo me mostrou uma barra de chocolate escrito "Chocolate para Taza" eu já fiquei surpresa. Nunca havia visto uma barra de chocolate produzida especialmente para se fazer chocolate quente. Parece uma prática comum na Venezuela e Colômbia.

Só posso dizer que o resultado foi muito bom. Ele fica com uma bela cor e um gosto intenso, sem muito açúcar. Pesquisando sobre o fabricante, descobri que a "La India" foi estabelecida no ano de 1861 em Caracas, Venezuela, pelos irmãos Fullié, de origem suíça - o que explica muita coisa.

Depois deste chocolate quentinho, só posso desejar a todos bons sonhos!

02/04/2010

Brigadeiro combina com... Chá Preto!!!

Outro dia estava navegando por aí e me deparei com esse trabalho da Maria Brigadeiro e achei simplesmente fantástico. Juliana Motter, dona do ateliê, teve a idéia maravilhosa de transformar o popular doce brasileiro em uma delicada iguaria. Com um preparo cuidadoso e variações na receita original, utilização de embalagens de super bom gosto e identidade visual moderna, ela conseguiu um espaço no mercado de doces de dar inveja a qualquer doceria (Descobri que ela lançou O Livro do Brigadeiro ainda por cima...)!

E ela também conseguiu me deixar com muita vontade de brigadeiro. E aproveitando as visitas em casa, fiz uma receita. Infelizmente a minha não saiu tão boa quanto a desse Ateliê, mas já parei de sonhar com os negrinhos!

Foto por Yuri Hayashi

E para rebater o profundo doce do doce, acompanhei com um chá preto Ribeira. Encorpado, ele segura bem aquele açúcar que vai derretendo e se espalhando na boca, ajudando a suavizar a próxima bocada! E eu que estou neste terrível resfriado, o chá também ajuda a dar aquela sensação de bem estar, mesmo que momentânea.

Dica de preparo para chá preto: Para fazer um bom chá preto, ferva a água até 100ºC (equivalente às grandes bolhas de ar se levantando das paredes da chaleira durante um minuto, com água em quantidade para duas xícaras). Acrescente uma colher de chá de chá preto, em folhas soltas, e deixe por 3 minutos. Três minutos é o suficiente para que seu perfume e sabor aflorem sem o excesso de tanino, ou o gosto adstringente e amargo que fica na boca após cada gole de chá. Mais tempo do que isso o seu chá preto se "queimará" e você perderá o verdadeiro sabor do seu liquor. Caso venha as instruções do fabricante na embalagem do chá, siga-as. Na falta de alguma, este é o método padrão que indico.

Uma outra dica, agora para brigadeiro, é esta receita do Gourmandise: a versão original, portuguesa, do doce que vai gema de ovo!
Escola de Chá Embahú

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